[Crítica] Attack on Titan - Parte 1 (2015): uma adaptação sangrenta, grandiosa... e irregular


Nome Original: Shingeki no Kyojin - The Movie: Part 1
Ano: 2015
Duração: 1 hora e 38 minutos
Direção: Shinji Higuchi
Frase que resume o filme: Você será devorado mais rápido se não for virgem.

Olá, pessoas! Lucas aqui. Hoje a crítica é de uma das adaptações de mangá e anime mais esperadas dos últimos dois anos, "Attack on Titan".

Na trama, há décadas, a humanidade foi quase exterminada pelo súbito aparecimento de seres humanoides gigantes, conhecido como Titãs. Os Titãs são criaturas que, aparentemente, possuem pouca inteligência, mas, com uma força bruta quase insuperável, têm como principal objetivo devorar seres humanos, sem nenhum motivo aparente para isso. Durante 107 anos, as cidades fortificadas por detrás das muralhas foram testemunhas de ataques sem sucesso dos Titãs. Assim, um pequeno grupo de seres humanos sobreviveu no interior das muralhas protegidos por paredes superiores a três vezes a altura dos maiores Titãs registados até a data.

Numa grande cidade localizada na parte periférica da Muralha, mora Eren (Haruma Miura) e seus amigos, Mikasa (Kiko Mizuhara) e Armin (Kanata Hongô). Ele vive uma vida pacata, porém se incomoda com o conformismo das pessoas que haviam aceitado a sua condição de passar a eternidade dentro dos muros. Tudo muda com o aparecimento do Titã Colossal, uma criatura de cerca de 60 metros de altura, que supera o tamanho da muralha, de 50. Este Titã destrói o portão da cidade onde Eren vive, que ligava a muralha ao "mundo exterior". Com isso, uma grande quantidade de Titãs menores pôde entrar, ocupando grande parte do território até então pertencente aos humanos e matando e devorando quase toda a população. Após este trauma, o jovem jura exterminar os Titãs, e entra para as "Tropas de Exploração" para cumprir seu objetivo de exterminar todos os Titãs da face da Terra. Porém, ele não sabe que algo dentro dele pode ser a chave para salvar aqueles que ama - e decidir o futuro da raça humana.

Quem é leitor do blog já deve ter lido a coluna de animes de nossa querida colega Lidia, que falou sobre a obra original. Embora ela não goste tanto da primeira parte dele (os primeiros 13 episódios, mais especificadamente), não se pode negar que essa fase inicial é a responsável por dar o tom dramático, sangrento e tenso que a história precisa para se manter. É nisso que o filme se propõe a focar. Pelo menos, aparentemente.

Se você é fã de SNK, um aviso: existe uma chance MUITO grande de você se decepcionar assistindo esse filme. Apesar da premissa permanecer a mesma, existem algumas mudanças que se estendem muito além do que se imagina. Não só o fato de todos os personagens serem japoneses e possuírem em sua maioria cabelos pretos (na verdade, todo mundo é japonês nesse filme, deal with it), como algumas mudanças sérias no cerne dos personagens.

Armin perde boa parte de sua personalidade, sendo retratado apenas no seu papel de melhor amigo e os maiores lampejos de desenvolvimento de personagem são méritos mais do ator do que do roteiro. Eren, o protagonista, é um pouco menos irritante que sua versão original, além de contar com um pensamento que, embora ainda seja sonhador, possui um embasamento político que encaixa com o tom do longa. O verdadeiro problema é Mikasa.

Ela sem dúvida é um dos personagens favoritos de quem assistiu o anime ou leu o mangá, seja por sua determinação ou sua incrível história de embasamento. Aqui ela é unidimensional, inexpressiva (culpa em parte do roteiro e da atriz, que às vezes esquece de que deveria estar atuando) e apenas serve como criadora de conflitos emocionais com Eren e ser seu interesse amoroso, algo que a própria não merecia de forma alguma.

Os outros personagens coadjuvantes sofrem dos mesmos problemas dos coadjuvantes do anime: a falta de personalidade própria. Claro, contando que apenas a Capitã Hanji (no filme, por alguma razão bizarra, chamada de Hans) Jean e Sasha vem da obra original e os outros foram criados especialmente para o filme, alguns fanservices se resumem apenas a um andar de um ou a um apelido a outro. Decepcionante.

Os efeitos especiais usados nas cenas de ação e nos Titãs são uma combinação de efeitos práticos e CGI, que em alguns momentos impressionam (alguns Titãs são medonhos até demais) e em outros dão vontade de rir (os "voos" dos protagonistas conseguem ser estilosos e toscos ao mesmo tempo). O gore e o sangue também está presente em profusão, com tripas e pedaços sendo atirados na tela sem misericórdia.

O grande defeito no filme reside no fato de ser um filme incompleto. O nome do filme no Japão, para se ter uma ideia, é "Shingeki no Kyojin - Part 1". Sim, PARTE 1. A segunda parte, intitulada "Shingeki no Kyojin - Part 2: End of the World", estreia em setembro, e unidas elas formam um único longa (o trailer dela inclusive está ao fim desta primeira parte). Assim, o encerramento é bem feito (se você der um desconto, afinal, o filme é uma produção de baixo orçamento), mas é inconclusivo, e carece de emoção suficiente para empolgar completamente. Sem falar da falta de desenvolvimento de roteiro, que pula para as situações mais absurdas em questão de segundos, sendo a sequência mais bem construída a que abre o filme, com sangue, tensão e CGI na medida certa.

Em resumo, o saldo final deste primeiro filme de "Attack on Titan" é irregular. Contando com algumas cenas que se aproximam do nível épico da obra original, e com outros momentos bizarros (com direito a cena de sexo e peitinho '-' algo LONGE de aparecer no anime e no mangá), fica a esperança de que a segunda parte possa melhorar a imagem do longa e transformá-lo em pelo menos uma adaptação mais divertida e estruturada. é um filme que diverte pelo sangue e pelos momentos tensos, mas poderia ser bem melhor. Obviamente, não é tão ruim quanto algumas outras versões de anime para o cinema (como Gantz e Death Note), mas não chega perto ao nível de outras que beiraram a excelência (como Samurai X e Kuroshitsuji/Black Butler). Com esperança, espero para ver como a história irá se desenrolar.

NOTA:

PS: Levi foi cortado tanto desta primeira parte quanto da segunda, pois ambas abordam o arco da Batalha de Trost. Ele foi substituído pelo personagem original Shikishima, interpretado pelo ator Hiroki Hasegawa. Ele é meio wannabe. Torço para que ele morra na Parte 2.

Sobre a substituição de Levi por Shikishima.

[Crítica] Quarteto Fantástico (2015): um reboot promissor, porém decadente


Título Original: Fantastic Four
Ano: 2015
Duração: 1 hora e 40 minutos
Direção: Josh Trank
Frase que resume o filme: Fantástico? Nem um pouco.

Olá, pessoas! Lucas aqui. Hoje a crítica é do último filme de super-heróis de 2015, 'Quarteto Fantástico', uma produção da 20th Century Fox baseada nos quadrinhos da Marvel.

Na trama, quatro adolescentes são conhecidos pela inteligência e pelas dificuldades de inserção social. Juntos, são enviados a uma missão perigosa em uma dimensão alternativa e perigosa que altera as suas formas físicas de maneira surpreendente. Com suas vidas irrevogavelmente abaladas, eles precisam aprender a aproveitar as suas novas habilidades e trabalhar juntos para salvar a Terra de um antigo amigo transformado em inimigo (Toby Kebbell). Munidos desses poderes especiais, eles se tornam Reed Richards, o Senhor Fantástico (Miles Teller); Sue Storm, a Mulher Invisível (Kate Mara); Johnny Storm, o Tocha Humana (Michael B. Jordan) e Ben Grimm, o Coisa (Jamie Bell).

Eu estava realmente torcendo por esse reboot. Mesmo tendo um certo carinho pelos filmes anteriores (ainda que eles sejam ruins), eu era do time das pessoas que não ficava se fazendo de fanboy e gritando aos quatro ventos: DEVOLVAM OS DIREITOS PARA A MARVEL STUDIOS e etc. Minha principal esperança era 'X-Men: Primeira Classe', que tinha trailers ruins e pôsteres horrorosos, além de uma trama meio estranha numa mistura de reboot com prequel. Porém, o resultado foi um filme incrível e referência em termos de filmes de super-heróis.

Bem, não foi o que aconteceu aqui.

Vamos nos focar primeiro nas coisas boas, que correspondem a mais ou menos à primeira hora do longa. O início mostrando a genialidade de Reed desde a infância e sua amizade com Ben é bem construído e bebe diretamente dos quadrinhos, mais especificadamente do Universo Ultimate. Quando chegamos aos dias atuais, temos o início da construção entre a relação familiar entre Sue e Johnny, e quando os personagens enfim se encontram, os atores parecem bem entrosados.

A viagem para a outra dimensão, a Zona Negativa (mas por algum motivo estranho e aleatório chamada no filme de Planeta Zero), apesar de contar com uma fotografia escura e que acaba deixando tudo mais parecido com um mundo alienígena estilo Zack Snyder/Warner Bros, é bem-feita, e as consequências dela (bem gráficas, por sinal) dão ao filme toques profundos de sci-fi old school e filmes de horror, algo que não se vê nos filmes do gênero, tendo um clima parecido com o que David Cronenberg colocava em seu filmes. A própria abordagem dos 'poderes' lembra como os mutantes se sentiam nos dois primeiros filmes da franquia X-Men. Esse diferencial garante um certo quê de novidade que dá ao longa uma profundidade surpreendente. Principalmente, as atuações de Miles Teller, Toby Kebbell como Victor Von Doom, Jamie Bell e Michael B. Jordan se destacam. Até nesse ponto do filme, eu tinha minhas esperanças colocadas para o alto. Foi quando acabou a primeira hora.

Aí, chegamos na parte ruim.

Uma das coisas que menos gostei em 'Vingadores 2' foram as conexões forçadas com o universo cósmico da Marvel e os cortes no filme que deram a impressão de que: ou ele passa rápido demais ou se torna sacal demais, tendo a relevância de um filler em uma série de TV ou de um anime, algo que não foi culpa do diretor, e sim do estúdio. Na minha crítica de 'Homem-Formiga', falei de que o filme se segurava bem ao focar em seu conteúdo original, mas que podia sentir a mão do estúdio nas cenas que o ligavam com o UCM.

No caso deste filme, a Fox não apenas pesou a mão no filme. Ela praticamente o retorceu. Brutalmente. Com 'Fatalities'.

Os quarenta minutos restantes destoam de uma maneira tão brutal que reforçam ainda mais os rumores dos bastidores que o diretor foi demitido e o terceiro ato foi refilmado. Os efeitos especiais, antes aparentemente dignos, se tornam, sendo o mais imparcial possível, inferiores aos da primeira geração do PlayStation 3 e sendo mais cruel, piores que PlayStation 2. O máximo de emoção que existe é causado pela trilha sonora apenas correta dos renomados Marco Beltrami e Philip Grass.

O vilão, que qualquer pessoa pode deduzir que é o Doutor Destino (afinal, isso aparece no trailer e o Quarteto não é um Groot ou um Hank Pym da vida), além de possuir uma motivação ridícula e um plano bisonhamente pífio, surge com poderes que são uma mistura de um Dr. Manhattan wannabe e o Avatar (Sim, de 'Avatar: A Lenda de Aang'), mas que mesmo assim consegue levar porrada de quatro adolescentes que nunca lutaram juntos e nunca treinaram qualquer tipo de ação em equipe, tudo isso em um clímax mal dirigido, mal-escrito (que raio de diálogo é '-Ele é mais forte do que qualquer um de nós!/Mas não é mais forte do que todos nós!' Hã? SÉRIO?), mal produzido e com um desfecho, além de previsível, altamente anti-climático e infantil, pior do que a própria Fox fez no final da primeira adaptação cinematográfica de Percy Jackson, em 2010. Até mesmos os atores (chamados às pressas para as regravações) estão visualmente desconfortáveis e longe de mostrarem a cumplicidade que demonstravam minutos antes em tela, sendo o personagem feito em captura de movimentos Coisa mais emotivo do que os outros nesse momento.

É triste porque os indícios colocados no início do filme davam a impressão que algo diferente e talvez até icônico estava a caminho. Mas, com a mania dos estúdios de não darem liberdade criativa a seus diretores, sem falar que o filme só foi produzido para a produtora não perder os direitos, geram uma obra que mesmo começando bem, desanda de uma forma apocalíptica - mais catastrófica do que a ameaça que os personagens principais tentam impedir.

Mesmo sendo um fã do Quarteto, e tendo um respeito enorme pela primeira equipe de super-heróis criada pela Marvel Comics, preferi a fidelidade com os quadrinhos um pouco de fora. Principalmente no caso do visual esverdeado do Doutor Destino. Jesus, meus olhos ainda ardem.

Honestamente, é revoltante ver uma empresa criar um produto mal-acabado e ainda transformá-lo em algo genérico e sem dinâmica, apenas para não perder os direitos. Como o próprio diretor do filme, Josh Trank, afirmou: 'Esse não foi o filme que eu filmei.' Quem sabe a versão original teria sido bem mais recebida e mais condizente com aquilo que o Quarteto merece, e não um longa inicialmente promissor, mas no final patético e bem, bem longe de ser chamado de 'fantástico'.

NOTA:

PS: Ele nem tem uma cena pós-créditos para levantar o ânimo. Eles nem chamaram o Stan Lee para aparecer! É quase um crime.

Jennifer Lawrence comenta o novo Quarteto Fantástico: "Gente, ainda bem que sou dos X-Men!"

Resenha #134; Cinder, da autora Marissa Meyer

Nome: The Lunar Chronicles: Cinder
Autor: Marissa Meyer
Editora: Macmillan
Nota: 4,5 Estrelas

Num mundo dividido entre humanos e ciborgues, Cinder é uma cidadã de segunda classe. Com um passado misterioso, esta princesa criada como gata borralheira vive humilhada pela sua madrasta e é considerada culpada pela doença de sua meia-irmã. Mas quando seu caminho se cruza com o do charmoso príncipe Kai, ela acaba se vendo no meio de uma batalha intergaláctica, e de um romance proibido, neste misto de conto de fadas com ficção distópica. Primeiro volume da série As Crônicas Lunares, Cinder une elementos clássicos e ação eletrizante, num universo futurístico primorosamente construído.




Resenha

Oi pessoal, tudo bem com vocês?

A resenha de hoje é do livro Cinder, primeiro volume da série The Lunar Chronicles, da autora Marissa Meyer.

Cinder era uma garota normal, mas depois de um acidente de aerodeslizador, passou por diversas cirurgias que a transformaram em um Ciborgue, metade humana, metade robô. A “garota” trabalha como mecânica e tem que sustentar a sua madrasta e irmãs. No meio desse contexto, Cinder conhece o príncipe Kai que luta para enfrentar uma terrível praga que assola Nova Pequim, matando a cada dia milhares de pessoas.


Além disso, existem os lunares. Eles são os povos moradores da lua que detêm um grande poder tecnológico e, principalmente, bélico. A rainha lunar Levana está em negociação com a terra para afirmar um acordo de casamento com o príncipe Kai, podendo, assim, controlar tanto o planeta como o seu satélite natural.

Gostei bastante do livro. Ele envolve muito da história clássica da Cinderela, como a madrasta, o baile, mas com inúmeros elementos da modernidade como veículos voadores e circuitos altamente tecnológicos. Me surpreendi, pois esperava algo muito parecido com a série Once Upon a Time, porém foi algo totalmente novo e fantástico.


Os segundo e terceiro volume já foram lançados e o quarto livro te previsão de lançamento, nos Estados Unidos, para novembro. Os direitos para adaptação cinematográfica já foram comprados e o roteiro já foi finalizado. Espero ansioso para o filme e a continuação. 

Resenha #133: A Torre Acima do Véu, da autora Roberta Spindler

Nome: A Torre Acima do Véu
Autor: Roberta Spindler
Editora: Giz Editorial
Nota: 5 Estrelas

Quando uma densa e venenosa névoa surge misteriosamente, pânico e morte tomam conta do planeta. Os poucos sobreviventes se refugiam no topo dos megaedifícios e arranha-céus das megalópoles.
Acuados, vivem uma nova era de privações e sob o ataque constante de seres assustadores, chamados apenas de sombras.
Suas vidas logo passaram a depender da proteção da Torre, aquela que controla os armamentos e a tecnologia que restaram.
Cinquenta anos se passam, na megacidade Rio-Aires, Beca vive do resgate de recursos há muito abandonados nos andares inferiores, junto com seu pai e seu irmão. A profissão, perigosa por natureza, torna-se ainda mais letal quando ela participa de uma negociação traiçoeira e se vê cada vez mais envolvida em perigos e segredos que ameaçam muito mais do que sua vida ou a de sua família.



Resenha

Oi Pessoal, tudo bem com vocês?

A Resenha de hoje é do livro A Torre Acima do Véu, da autora Roberta Spindler (Contos de Meigan: A Fuga dos Cártaros).

A Torre Acima do Véu é uma distopia que narra a vida da humanidade depois que uma misteriosa névoa assolou o mundo, obrigando as pessoas a se mudarem para os maiores prédios das megacidades, como Rio-Aires.

A protagonista da história é Beca, uma jovem que trabalha com seu pai adotivo e seu irmão fazendo entregas de diversas mercadorias. Quando recebe a missão de transportar um cubo de energia, ela se envolve em algo muito maior. A garota começa a ter acesso a informações do que realmente há dentro da névoa, os temidos Sombras, além de perceber que o maior centro político da Nova Superfície, A Torre, esconde muita coisa que poderia desestabilizar tudo e todos.

"Por você, Nikolai poderia voltar a viver"

Além disso, devido a presença da névoa, algumas crianças nasceram com poderes especiais, como ter grande agilidade, no qual é o caso de Beca, ou ter a capacidade de se teletransportar. Achei bem interessante esse toque meio X-Men e confesso que logo no inicio fiquei me perguntando quais seriam os efeitos nessa sociedade.

Com um ritmo frenético, revelações bombásticas em cada capítulo, vários elementos da cultura geek e um toque de portunhol muito interessante, A Torre Acima do Véu prende e tem um final com MUITO gosto de quero mais.

Resenha #132: Geek Love: O Manual do Amor Nerd, do autor Eric Smith

Nome: Geek Love: O Manual do Amor Nerd
Autor: Eric Smith
Editora: Gente
Nota: 4 Estrelas
Onde comprar: Editora Gente

Atenção, Player 1: você está prestes a embarcar na quest da sua vida.
Este livro é para quem está cansado de viver a vida no single player mode.
Este livro é para quem percebeu que todas as temporadas de Doctor Who não conseguem abafar aquele insistente sentimento de falta.
Eric Smith sabe mais do que ninguém que existem prazeres imensos na vida geek. Amigos incríveis, conversas até de madrugada sobre realidades alternativas ou até mesmo o simples prazer de ler aquele lançamento de quadrinhos. No entanto, chega um momento na vida de todo nerd em que o amor bate à porta e daí vem a hora de jogar o xadrez tridimensional que é o mundo dos solteiros.
Não se desespere, jovem Padawan! Deixe Smith guiá-lo por esse caminho e descubra que amar é muito mais do que flores e bombons. Afinal, nada é normal na vida do nerd, e o amor não é senão o mais extraordinário dos fenômenos humanos.
Resenha

Olá pessoas! Lucas aqui. Hoje a resenha é de um livro da nossa Editora parceira, a Editora Gente. Ele é bem legal e um pouco diferente do que eu costumo ler.

"Este livro é para quem está cansado de viver a vida no single player mode. É para quem percebeu que todas as temporadas de Doctor Who não conseguem abafar aquele insistente sentimento de falta.

Eric Smith sabe mais do que ninguém que existem prazeres imensos na vida geek. Amigos incríveis, conversas até de madrugada sobre realidades alternativas ou até mesmo o simples prazer de ler aquele lançamento de quadrinhos. No entanto, chega um momento na vida de todo nerd em que o amor bate à porta e daí vem a hora de jogar o xadrez tridimensional que é o mundo dos solteiros.

Não se desespere, jovem Padawan! Deixe Smith guiá-lo por esse caminho e descubra que amar é muito mais do que flores e bombons. Afinal, nada é normal na vida do nerd, e o amor não é senão o mais extraordinário dos fenômenos humanos."

O fato da minha fraqueza em relacionamentos do tipo amoroso (insira aqui 'carinha triste') e também por ser um nerd de alto nível da escala da nerdice cósmica fez com que eu ficasse bem interessado em ler esse livro. Por um momento, eu pensei que ele fosse mais 'da zuera' ou talvez um romance, mas como o próprio título diz, ele realmente é um manual para que nerds possam se relacionar com garotas de uma forma sincera e bem humorada. Ele é cheio de bilhões de referências que vão a animes como Gurren Lagann aos Capacitores de Fluxo, de hilárias críticas ácidas à Cinquenta Tons de Cinza e Nicholas Sparks à instruções de maratonas de Star Trek e Battlestar Galactica. Tudo isso regado com ilustrações em 8-bits sensacionais, muito bom humor e positivismo. Sem falar das comparações com situações da vida cotidiana com séries e filmes, que são, sem dúvida alguma, geniais.

O livro segue praticamente um sistema de fases, que vão do Namoro Iniciante ao Namoro Avançado. As instrução variam de como iniciar uma conversa e ter o primeiro encontro e chegam até mesmo a como lidar com términos - ou pedir em casamento.

Talvez o único revés do livro seja se ele realmente funciona. Eu mesmo ainda não tive a coragem de tentar nada. Mas ele é uma ótima leitura para uma tarde chuvosa, ou uma viagem de avião. Depende se você encara-o como uma ótima leitura despretensiosa ou talvez, a chave para entrar em um relacionamento.

PS: O livro é indicado a homens pelo próprio autor do livro, embora você, garota nerd (ou não), não se sinta privada de ler. Afinal, o homem deve conhecer a mulher, então, acho que o vice-versa pode ser aplicado.

Resenha #131: Eleanor e Park, da autora Rainbow Rowell

Nome: Eleanor e Park
Autor: Rainbow Rowell
Editora: Novo Século
Nota: 4 Estrelas

Eleanor & Park é engraçado, triste, sarcástico, sincero e, acima de tudo, geek. Os personagens que dão título ao livro são dois jovens vizinhos de dezesseis anos. Park, descendente de coreanos e apaixonado por música e quadrinhos, não chega exatamente a ser popular, mas consegue não ser incomodado pelos colegas de escola. Eleanor, ruiva, sempre vestida com roupas estranhas e “grande” (ela pensa em si própria como gorda), é a filha mais velha de uma problemática família. Os dois se encontram no ônibus escolar todos os dias. Apesar de uma certa relutância no início, começam a conversar, enquanto dividem os quadrinhos de X-Men e Watchmen. E nem a tiração de sarro dos amigos e a desaprovação da família impede que Eleanor e Park se apaixonem, ao som de The Cure e Smiths. Esta é uma história sobre o primeiro amor, sobre como ele é invariavelmente intenso e quase sempre fadado a quebrar corações. Um amor que faz você se sentir desesperado e esperançoso ao mesmo tempo.

Resenha
Oi pessoal, tudo bem com vocês?

A resenha de hoje é de um livro muito comentado no meio literário, mesmo antes do seu lançamento aqui no Brasil e por curiosidade resolvi pegar para ler. Estou falando de Eleanor e Park, da autora Rainbow Rowell.

A obra em questão se passar durante os anos 1980, nos Estados Unidos, no auge do surgimento de várias bandas de Rock e quando o mundo das HQs explodiu. A narração é intercalada entre Eleanor e Park. A garota é uma menina excêntrica com seus cabelos vermelhos bagunçados, um pouco gordinha para o padrão e com um visual muito estranho, cheio de listras e gravatas. Park é um garoto mestiço, calmo, com poucos amigos, que gosta de heróis e músicas.

Ao se conhecerem no ônibus escolar, os dois jovens começam um relacionamento muito bonito que ao decorrer da história, vai se tornando algo avassalador. Nesse ponto, a autora soube desenvolver muito bem o relacionamento deles e não colocar como se fosse um amor à primeira vista, sem pé nem cabeça.

" Ela lhe pedira que explicasse algo que ele mal podia explicar a si mesmo.
- Eu não gosto de você - ele disse - Preciso de você."


Além disso, temos o debate de várias questões importantes no livro, principalmente envolvendo a personagem Eleanor. Na escola, a garota precisa enfrentar as outras meninas que fazem bullying devido à sua excentricidade. No núcleo familiar, ela precisa enfrentar os maus tratos que o padrasto comete com a mãe, a violência verbal, a falta de comida e de se suprimentos básicos. No caso de Park, aparentemente a sua família é perfeita, mas logo percebemos que o garoto precisa bater de frente com seu pai que é muito machista e não tolera algumas atitudes do filho.


Entretanto, acredito que Rainbow pecou um pouco no final. Deu a impressão que a conclusão estava extensa demais e a editora pediu para cortar algumas cenas, deixando o romance muito corrido e sem um final propriamente dito. Para quem leu, não estou reclamando do acontecimento da última página, mas como a história chegou até lá.

Embalado por muito rock, Histórias em Quadrinho e mundo Geek, Eleanor e Park é bonito, cativante e engraçado, porém é mais um romance água com açúcar como outros que existem por aí.

PS: Já foi confirmada a adaptação cinematográfica do livro e a própria autora vai fazer o roteiro. As gravações estão previstas para começar ainda este ano.

[Crítica] Homem-Formiga (2015): uma prova quase literal de que menos é mais


Título Original: Ant-Man
Ano: 2015
Duração: 1 hora e 57 minutos
Direção: Peyton Reed
Frase que resume o filme: Ainda é tarde demais para mudar o nome?

Olá, pessoas! Lucas aqui. Ontem tive a oportunidade de conferir a última produção de super-heróis da Marvel Studios desse ano, "Homem-Formiga", e venho trazer minhas impressões para vocês.

Na trama, o Dr. Hank Pym (Michael Douglas) é o inventor das Partículas Pym, uma fórmula que, junto com o chamado traje do 'Homem-Formiga', permite o encolhimento. Anos depois da descoberta, ele precisa impedir, junto com sua filha Hope (Evangeline Lilly) que seu ex-pupilo Darren Cross (Corey Stoll), consiga replicar o feito e vender a tecnologia rebatizada como 'Jaqueta Amarela' para uma organizações terroristas, trazendo o caos ao mundo. Enquanto isso, o trambiqueiro Scott Lang (Paul Rudd), depois de sair da cadeia, está disposto a reconquistar o respeito da ex-mulher, Maggie (Judy Greer) e, principalmente, da filha Cassie (Abby Ryder Fortson). Com dificuldades de arrumar um emprego honesto, ele aceita praticar um último golpe. O que ele não sabia era que tudo não passava de um plano do Dr. Pym que, depois de anos observando o hábil ladrão, o escolhe para vestir o traje do Homem-Formiga. Assim, Scott Lang precisa aceitar o seu herói interior e ajudar o seu mentor a planejar um roubo que vai salvar o mundo.

Uma das maiores qualidades deste filme é literalmente a sua menor escala. Nada de, como apontado no filme, derrubar cidades do céu ou impedir alienígenas de invadirem a Terra. A trama se resume a algo bem simples: uma tecnologia perigosa demais está prestes a ser vendida. Invada o local, roube-a e destrua os dados. Apenas isso. Porém, a história consegue ser bem mais profunda e divertida do que isso.

Obviamente, "Homem-Formiga" está bem mais ligado ao Universo Cinematográfico Marvel do que "Guardiões da Galáxia", não apenas às citações pontuais de certos personagens ou a uma certa participação especial que prefiro não comentar para não dar spoilers. O fato dele se passar na Terra também contribui. Porém, isso não significa que ele tenha o mesmo tom geral dos filmes da Marvel. "Homem-Formiga" está mais para uma comédia de assalto com leves toques de drama familiar e uma certo 'quê' de humor britânico, reforçado pela influência de Edgar Wright, que era o diretor do filme antes de ser substituído por Peyton Reed, ainda que ele esteja ainda creditado tanto no roteiro quanto na produção do longa. Se eu fosse deduzir algo, sugeriria que as cenas que ligam este filme ao UCM são as que não foram escritas por ele.

Por mais estranho que pareça, "Homem-Formiga" é um filme bem, mas BEM melhor do que o próprio "Vingadores: Era de Ultron". Ele não almeja grandes proporções e não tem medo de tirar sarro da própria premissa e de seus personagens, diferente da superprodução lançada em maio, que pecava pelo humor exageradamente deslocado e pela necessidade hollywoodiana de explodir tudo à lá Michael Bay. O próprio clímax deste filme, ainda que explosivo e cheio de ação desenfreada, é feito de uma forma brilhantemente contida e quase minimalista. Acreditem, nunca mais verei o Trem Thomas de 'Thomas e seus Amigos' da mesma maneira.

O elenco está fenomenal também. Paul Rudd (também conhecido como 'o marido da Phoebe de Friends') é dono de um timing cômico pontual e hilário, além de saber atuar perfeitamente bem tanto nas cenas de ação quanto nos momentos dramáticos da trama, especialmente os que envlvem sua relação com sua filha fofa, Cassie.

Michael Douglas destila arrogância e amor paterno de uma forma que alterna entre o explosivo e o comedido, algo que confere à sua atuação uma persona perturbada, porém ainda humana. Suas cenas com Evangeline Lilly (que brilha num papel que começa aparentemente pequeno, que depois, digamos, ganha suas próprias asas) são tocantes e um flashback dos anos dele como o primeiro Homem-Formiga é particularmente emocionante. O vilão de Corey Stoll (famoso pelas séries House of Cards e The Strain) não é exatamente bem desenvolvido, mas se sai melhor do que os ridículos Malekith, do segundo Thor; Ronan, de "Guardiões da Galáxia"; e ouso dizer, até mesmo do Ultron, de "Vingadores 2".

Em relação ao humor, nunca ele foi usado de forma tão orgânica e natural, melhor do que em qualquer outro filme da Marvel (sim, melhor do que em qualquer "Homem de Ferro" ou até mesmo o primeiro filme dos 'Maiores Heróis da Terra'). Quem em especial rouba a cena é Luis, interpretado por Michael Peña. Todas as cenas em que ele aparece são absurdamente engraçadas. Uma piada em especial envolvendo Titanic arrancou risadas de todo mundo no cinema.

Os efeitos especiais estão ótimos, principalmente nas cenas que envolvem crescimento e encolhimento rápidos. E se você não gosta de ver filmes em 3D, mas teme perder alguma coisa, não se preocupe. A versão 2D é ótima e não vai fazer com que perca nada do filme em si.

Em resumo (porque essa crítica ficou enorme), "Homem-Formiga" é uma experiência bastante válida, agradável e divertida de assistir. É despretensioso e até pode emocionar o mais propenso a isso. Sem dúvida, até agora é a melhor produção de super-heróis em 2015.

NOTA: ☆ ☆ ☆ ☆

PS: O filme possui duas cenas pós-créditos. A primeira é ótima e pavimenta o caminho para um provável "Homem-Formiga 2". A segunda vai fazer muita gente pirar no cinema. Apenas digo: de que lado você está?
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